Redd será centro das atenções em Copenhague

Por Dal Marcondes, especial para o Instituto Ethos

A decisão do governo de incluir o mecanismo de Reed em suas propostas para a COP15 pode viabilizar uma economia baseada em produtos florestais sustentáveis.

A Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd) ganhou novo destaque na pauta da COP-15, em Copenhague, quando serão definidos os mecanismos de combate às mudanças climáticas a partir de 2012. É que, na semana passada, o presidente Lula, se reuniu com a Força Tarefa sobre Redd e Mudanças Climáticas, composta por governadores dos nove Estados da Amazônia, e ao final aceitou que as florestas sejam parte da pauta brasileira em Copenhague. Nas palavras do coordenador geral da Força Tarefa sobre Redd e Mudanças Climáticas, Virgílio Viana a reunião marca um divisor de águas: “A partir de agora temos o desafio de construir um mecanismo de mercado compensatório para Redd”.

Participaram da reunião os ministros Dilma Rousseff, José Múcio, Carlos Minc, Sérgio Resende, Daniel Vargas, além do ministro do Itamaraty Luiz Figueiredo, Johaness Eck, Alexandre Padilha e o Embaixador Extraodinario para Mudança do Clima, Sérgio Barbosa Serra, que será o responsável pela equipe que vai à Dinamarca em dezembro.

O desmatamento representa 20% das emissões globais de gases de efeito estufa e trabalhar para eliminar esta fonte de CO² é a forma mais rápida e barata que o mundo tem para começar a reduzir de maneira efetiva os riscos que as mudanças climáticas impõem a todos os ecossistemas do planeta. Há, ainda, muitas dúvidas sobre as metodologias e os benefícios dos projetos de Redd, mas é consenso entre especialistas que a regulamentação deste mecanismo é muito importante para o Brasil e para a construção de políticas públicas de preservação das florestas.

Outro dado importante é o senso de urgência em relação à necessidade de redução das emissões globais de carbono. Segundo Paulo Adário, diretor do Greenpeace, pouca gente sabe o que é Redd ou tem consciência dos impactos das mudanças climáticas na vida cotidiana. “Temos pouco tempo para construir um grande acordo internacional que consiga evitar tragédias”, diz. Adário afirma que com apenas dois graus de elevação na temperatura média da Terra haverá 360 milhões de mortes nos países mais pobres.

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